terça-feira, 19 de maio de 2009

CRÔNICA - QUERO CASAR COM SUZANE LOUISE VON RICHTHOFEN


Sabe, cansei de ser solteiro. Todo mundo já fez besteira na vida e agora é a minha vez. Alguns sonham com as Giseles, outros são chegados no bom ‘arroz com feijão’, quer dizer, sonham mesmo com um ‘feijão com Arósio’. Eu não. Quero entrar na igreja - com direito a todas as cafonices - de mãos dadas com Suzane Louise Von Richthofen.

Depois do casório, passaríamos a LUA DE MEL num chalé em frente ao lago em CRYSTAL LAKE, compraríamos uma bela casa de cerquinha branca na ELM STREET, influências dos nossos padrinhos FREDDY KRUEGER e JASON VOOHEES. Se o casamento não andasse assim uma Brastemp, vítima da sufocante rotina e tédio, nada de stress. Era só a gente procurar nosso psiquiatra favorito, o Dr. HANNIBAL LECTER. Aliás, pra quebrar a monotonia, que tal um pernoite no BATES MOTEL? Pra finalizar, a animação da festinha dos pimpolhos vindouros ficaria a cargo dos IT- OS PALHAÇOS ASSASSINOS!

Eu sei... parece estranho querer se casar com uma criatura que gera tanto ódio, talvez até você mesmo tenha se revoltado comigo logo ao ler o título, mas prometo provar por A + B que seria a melhor coisa para mim e para a vida da maioria das pessoas que conheço. Talvez no final do texto eu terei alguns rivais para disputar comigo o amor da bela e malvada Suzane.

Desculpe, mas é quase impossível evitar o humor negro e dizer que uma das maiores vantagens é não ter sogra. Nem a velhinha enxerida e palpiteira da minha mãe ia se meter a besta. Ela sabe – ou pelo menos deve imaginar – como fica a minha querida SU quando é contrariada. Ainda tem mais: quando um diretor de tv ligar no meio da noite pedindo um ‘HELP’ de graça, seria fácil despachá-lo. É só dizer ‘MINHA ESPOSA VAI COMIGO E ENQUANTO A GENTE RESOLVE O PROBLEMA, ELA FICA BATENDO PAPO COM A SUA FILHA...’ Garanto que ia ser tiro e queda e, no quesito trabalho, as minhas noites seriam mais tranquilas.

Olha que eu nem contei o aspecto financeiro. Se desse sorte, poderia morar naquela luxuosa casa no bairro de SANTO AMARO aqui em Sampa. Ela abriu mão da herança!!?? (ã-hã) Só falta você me dizer que acredita em político honesto, advogado com elevados padrões morais e publicitários inteligentes (rs.) Tem gente que não moraria numa casa daquelas por medo de assombração e coisa e tal. COMO O BRASILEIRO É BESTA!!! Se morrer de forma violenta num local fosse licença para assombração, não existiria lugar seguro para se morar na Europa. Pensem bem, se contarmos só o Século XX, foram 2 guerras mundiais que mataram de forma saguinária milhões de pessoas onde hoje existem casas e parques, sem contar as mortes da Idade Média por peste negra e toda uma gama de doenças. Se fosse assim, a Europa teria um excesso de encostos e era bom a Igreja Universal ir correndo para lá (rs.)

Voltando ao meu ‘docinho de coco alemão’, quer dizer, a Suzane, esqueci de falar como seria maravilhosa nossa intimidade, aquele momento a dois. Imaginem a minha noite de sono. Eu debaixo das cobertas tentando esquentar os pés nestas noites frias (quem gosta de pantufas - como sabemos - é a própria Suzane) enquanto observava minha amada ‘metade da alma’ se preparando lentamente para deitar com uma tesoura na mão. Seria no mínimo emocionante. Imaginem então descobrir que a Suzane fala dormindo e ouvir ela dizer baixinho em plena madrugada ‘ RATAM, RATAM...’ Seria como estar num filme de Stanley Kubrick, para ser mais preciso, esta cena ocorreu no clássico O ILUMINADO, uma das obras-primas do diretor. Se vocês preferem a versão na língua de Shakespeare, imagine a doce SU murmurando ‘ REDRUM, REDRUM...’ que no fundo dá no mesmo do ‘RATAM’ e quer dizer ‘MATAR’ ao contrário.

Ser casado com a Suzane Von Richthofen significa nunca saber se você vai acordar no dia seguinte... e isso seria maravilhoso. Assim, poderia de fato ser eu mesmo, viver preocupado com que apenas importa – nada de cultivar besteiras - talvez eu nem esteja por aqui no dia seguinte para continuar tais besteiras. Poderia ouvir IRON MAIDEN no último volume o dia todo, não precisaria tratar ninguém bem só por educação e só faria aquilo que eu AMASSE pra valer!!! Cada dia – extra da minha vida – seria preenchido por novas cores e gostos, prazer apenas no simples e belo, nada de falso. Poderia finalmente me lançar em novos projetos que sonho há anos sem medo de fracassar e não brigaria por banalidades. Gastaria dinheiro somente para coisas úteis: alimentação e tudo aquilo que dá prazer, impostos!? Nunca mais pagaria nenhum. Acabariam os Natais hipócritas e Anos Novos entediantes. Faria aniversários e daria grandes festas apenas para aqueles que eu realmente gostasse. Falaria a palavra AMOR com mais frequência. Compraria o carro dos meus sonhos e viajaria a maior parte do tempo, sem ter culpa por estourar o cartão de crédito ou o cheque especial. Iria a mais shows de rock e pegaria menos filas de supermercado, entenderia mais as pessoas a minha volta...

Parece perfeito e realmente é. Parece uma daquelas coisas que só o papel ou a internet aceita, mas já vi isso acontecer há uns cinco anos. Nem sei se este casal ainda está por aqui, o fato era que os dois eram HIV positivos já num estado avançado. Ninguém contaminou ninguém, se conheceram assim durante o tratamento, decidiram se casar e nunca mais perderam tempo!!!! Eram realmente felizes e viviam um dia de cada vez fazendo cada um por si e pelo outro o melhor que podiam – sem cobranças idiotas típicas das relações. Era uma vida a dois em tudo realmente podia ser apreciado e vivido de forma intensa, extraindo o melhor do momento presente.

Dizem que algumas mulheres podem libertar seus parceiros, talvez Suzane Von Hichthofen, com toda a sua maldade, fosse uma delas em minha vida. Sem dizer uma única palavra, ela mostraria o quanto hesitante eu ando frente a vida e a minha própria felicidade. O que me impede são meus medos e sem eles, com ou sem Suzane, eu seria FELIZ DE VERDADE...

Cristian Boragan

3 comentários:

Anônimo disse...

boaaaaaaaa!!! hahahhahah
PEnsando assim eu casaria ,,, como é o nome do namorado dela mesmo????

Cleide Barbosa disse...

Nossa Cris! Já ouvi falar em desespero de causa, mas assim? O pior é quase concordei.MUUUUito bom.

Anônimo disse...

Adorei a velhinha incherida e palpiteira